Analfabetismo Bíblico
O problema do analfabetismo bíblico
Historicamente temos no Brasil uma considerável diminuição no analfabetismo, mas nas igrejas temos um crescente índice de analfabetismo bíblico e isso é sempre preocupante. Os crentes não lêem mais a Bíblia de forma sistemática.
Ao usar o termo analfabetismo bíblico estamos designando uma falta de conhecimento das Sagradas Escrituras, não meramente um conhecimento intelectual, mas, experimental, um crescimento na graça e no conhecimento como disse o Apóstolo Pedro em sua segunda epístola (2 Pedro 3.18).
Estamos inseridos numa geração pragmática, onde vigora o “funciona”, uma geração que busca resultados imediatos, mas sem estrutura, sem cerne, sem fundamento sólido. Uma geração que tem edificado sobre a areia, que não tem sustentação e nutrição. Temos uma crescente influência da “cultura gospel”, que transforma artistas em ícones e gurus que através de redes sociais tem ‘discipulado’ muitos.
O analfabetismo bíblico não se limita a onda da cultura pop que envolve jovens cristãos. A exaltação de experiências místicas e revelações que ultrapassam os ensinos bíblicos têm sido também um fator que contabiliza pontos negativos para o crescimento espiritual da igreja no Brasil. Outro fator que podemos mencionar é a carência de genuíno ensino bíblico, muitas igrejas têm substituído o ensino e exposição das Escrituras por entretenimento. A centralidade em músicas, teatro, dança ou qualquer manifestação artística é um fator negativo para o crescimento de uma igreja. O centro do culto deve ser o Deus trino, sua Palavra nos foi dada para seguirmos sua vontade, a infidelidade do culto de muitas igrejas tem sido sua chaga. Tudo no culto deve ser gerido pela Escritura e ao que ela determina. Devemos apreciar artes e incentivar nosso povo a desenvolver uma leitura cultural baseada na Escritura e na graça comum, mas o culto é determinado por quem o aceita e não por quem o oferece.
O profeta Oséias nos diz:
“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” Oséias 4.6
Vemos no texto de Oséias que o povo é destruído pela falta de conhecimento, quando esse conhecimento está ausente, quando ela falta ao povo, isso acarreta sérias consequências. Observamos que inicialmente a responsabilidade do desvio do povo é responsabilidade do sacerdote, pois o sacerdote se esqueceu da lei do Senhor, se o líder está longe da palavra o povo sofrerá por isso, o povo será influenciado por isso. Mas o julgamento de Deus não se limita aos líderes infiéis, o povo é responsável por seus descaminhos, pois a lei de Deus foi dada para que seja observada pelo povo como nos diz Deuteronômio:
“ESTES, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir; Para que temas ao SENHOR teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” Deuteronômio 6.1-9
Na leitura de Oséias ainda lemos:
“Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei segundo os seus caminhos, e dar-lhe-ei a recompensa das suas obras.” V.9
Note que o castigo de Deus não é somente ao líder que negligenciou a lei, mas também ao povo, o povo tem responsabilidade diante de Deus.
Muitas vezes ao olharmos para a situação da igreja evangélica brasileira, podemos deduzir erroneamente que muitos seguem os ensinos neopentecostais por ignorância somente, mas na prática não é assim. Muitos deixam igrejas históricas e migram para os arraiais do neopentecostalismo em busca de prosperidade financeira, cura física para alguma enfermidade ou qualquer outro interesse que se tenha. Tais pessoas também são culpadas por seus pecados, elas respondem diante de Deus por sua apostasia. O homem não é um coitadinho, ele é pecador, inimigo de Deus, que tem prazer em pecar. Ninguém será julgado pelo pecado de outro, mas, pelos seus próprios pecados.
A Bíblia nos recomenda a lermos a lei do Senhor todos os dias, ela é nosso alimento, nosso pão, ela nos sacia:
“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” Josué 1.8
Devemos estudá-la:
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” João 5.39
Devemos julgar qualquer ensino pelas Escrituras:
“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” Atos 17.11
Devemos ser praticantes da Palavra:
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” Tiago 1.22
A Palavra deve saturar nossas vidas:
“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração.” Colossenses 3.16
Os sérios problemas que temos hoje nas igrejas são decorrentes da falta de conhecimento das Escrituras Sagradas, como vimos no inicio, não um mero conhecimento intelectual, mas, conhecimento prático também. Temos muita música, muito entretenimento e uma escassez exposições e pregações bíblicas.
Com o profeta Oséias aprendemos muito sobre isso e a solução para o analfabetismo bíblico:
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Oséias 6.3 (T M)
(Zeitgenössische orthodoxe Theologie)
Ichthys ou Ichthus (do grego antigo ἰχθύς, em maiúsculas ΙΧΘΥΣ ou ΙΧΘΥC, significando “peixe”) é o símbolo ou marca do cristão. Trata-se de um acrônimo, utilizado pelos cristãos primitivos, da expressão “Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr”, que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” (em grego antigo, Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ). Foi um dos primeiros símbolos cristãos, juntamente com o crucifixo e continua a ser usado principalmente pelas denominações evangélicas.
O Ichthys também era utilizado para marcar catacumbas cristãs na época da perseguição aos cristãos, pois era um símbolo que não era tão explicitamente cristão (como a cruz, por exemplo). Outra utilidade era o uso para comunicação: um cristão marcava um lugar com uma meia-lua para baixo, se o outro também fosse cristão, marcava a meia lua para cima, formando o símbolo.
A ortografia é grega, ichthus – Estas são as primeiras letras das palavras gregas Iesous (Iota), Christos (Chi), Theou (theta), Uios (Upsilon) e Soter (Sigma). A tradução é IXOYE. As cinco palavras gregas representam as palavras que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” ou “Filho do Salvador Jesus Cristo, Deus”.
Este símbolo foi utilizado principalmente entre os cristãos dos anos da igreja primitiva (1 º e 2 º século d.C.) O símbolo foi introduzido a partir de Alexandria, Egito, que, na época, era um porto muito densamente povoado. Era o porto ao qual muitos bens foram trazidos do continente europeu. Devido a isso, foi utilizado pela primeira vez pelos povos do mar como um símbolo de uma divindade familiar, neste caso, Jesus Cristo.
O símbolo foi usado mais tarde como um meio de identificar ou reconhecer um companheiro crente em Cristo, sem a necessidade de qualquer comunicação verbal sendo trocadas. Por que isso foi necessário?
Durante o reinado do imperador Nero (54 dC-68 dC), e durante todo o reinado dos imperadores maus subsequentes do Império Romano, os cristãos eram comumente perseguidos, torturados e condenados à morte por causa de sua fé em Cristo Jesus. O Imperador Nero pessoalmente desprezava os cristãos. Ele culpou-os pelo grande incêndio de 64 dC, que queimou cerca de metade de Roma.
Para evitar essa captura e perseguição desnecessária, cristãos, muitas vezes desenhavam um ichthus na sujeira, lama, areia ou nas paredes das cavernas para fazerr outro cristão saber que ele também era um irmão de Cristo e que era seguro falar sobre sua fé.
Por volta de 307 dC durante o reinado de Constantino, que os cristãos não eram mais perseguidos. Durante o seu reinado (307 dC – 337 d.C.) declarou o cristianismo como religião oficial do Estado, que foi um resultado direto de sua própria conversão ao cristianismo, embora sua perspectiva do cristianismo foi um pouco poluído com ideologia pagã.
No entanto, os cristãos, em geral, foram poupados da perseguição – pelo menos por um tempo. Logo após a dinastia um sucessor, Juliano, o Apóstata (360 dC – 363 dC), viria a restabelecer as religiões pagãs de Roma como a religião do Estado e a proteção dos cristãos foi anulada.
Hoje, todos os cristãos em todo o mundo têm trazido de volta à vida este símbolo mais interessante e histórico. Os cristãos de hoje exibem orgulhosamente o símbolo que os seus antepassados espirituais, uma vez ousada e corajosamente usaram para se identificar séculos atrás. Então, da próxima vez que você passar por um veículo exibindo orgulhosamente o ichthus, reconheça como seu irmão ou irmã. Afinal eles são família!
(Zeitgenössische orthodoxe Theologie)